Lula Vencerá a Inflação dos Alimentos?
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Lula Vencerá a Inflação dos Alimentos?

Análise da Crise Alimentar e seus Impactos Sociais no Brasil

Bruno Mota Lopes
Bruno Mota Lopes

A inflação dos alimentos no Brasil tornou-se uma crise complexa entre 2020 e 2024, com os preços acumulando alta de 55%, quase o dobro da inflação geral de 33%. O problema afeta desproporcionalmente as famílias de baixa renda, que chegam a destinar 61,2% de sua renda à alimentação. Os produtos mais impactados incluem carnes (alta de 20% em 2024 com projeção de mais 20% em 2025), café (subiu 67,87% entre 2024 e 2025) e óleo de soja (valorização de 8%).

As principais causas incluem fatores cambiais, com o dólar acumulando alta de 35,66% no período, incentivando exportações e reduzindo o abastecimento interno. Choques climáticos como El Niño, La Niña e geadas provocaram quebras de safra, enquanto fragilidades institucionais, como o desmonte da Conab, reduziram os estoques reguladores. Dinâmicas globais também elevaram os custos de insumos importados devido à desvalorização do real.

As consequências sociais são graves, agravando a insegurança alimentar e forçando famílias pobres a substituir alimentos nutritivos por ultraprocessados mais baratos. Dados revelam que 33% das crianças em domicílios pobres já apresentam déficit nutricional. Para 2025, a previsão do IPCA é de 5,03%, com inflação alimentar em 3,91%. Embora o governo tenha implementado medidas como crédito extraordinário de R$ 4 bilhões para o Plano Safra, economistas criticam a efetividade limitada dessas ações diante dos fatores estruturais, apontando para a necessidade de investimentos em tecnologia, logística e políticas de renda focalizadas.